sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fim do Movimento Paredista

A justiça entendeu, que a greve por reajuste salarial do professor da rede municipal era ilegal; o que decretou de fato o fim da paralisação apesar da presidente afirmar que a greve continua.
Os professores deveriam usar de artifício para continuar reclamando do fato de terem sido excluídos do reajuste "geral" do servidor este ano.
O meu amigo secretário de educação afirma que algumas classes foram favorecidas pela implantação do PCCS da Educação, em nossa opinião uma minoria de privilegiados diretores, técnicos educacionais e supervisores. Ao professor nada.
Porém, o movimento poderia ser evitado se os negociadores escolhidos tivessem se empenhado, havia e há espaço na receita da secretaria, (FUNDEB 60) para um reajuste de pelo menos 10% para o professor. As negociações não EVOLUÍRAM a essa solução devido ao desgaste político do prefeito Ildemar, e principalmente, pela vontade de alguns de POLITICALHAR a luta sindical.
Sindicato deve estar de fora da política partidária, movimento de trabalhador não deve se misturar aos palanques da situação ou da oposição. Lembro-me que iniciamos um movimento em pleno período eleitoral de 2004, obtivemos a maior vitória do servidor, porque nos afastamos dos palanques, que muito provavelmente abriria espaços nos meandros do poder para aquelas lideranças, mas levaria o servidor a uma derrota.
Isso não ocorreu agora, apesar dos esforços da presidente do SINTRASEMA. Ela foi boicotada e o professorado usado por pessoas que tem objetivo de concorrer nas próximas eleições, pela oposição -Melhor ser vidraça né!. E por isso foi atropelada a negociação e o professor foi a greve.
Durante o movimento os grevistas de um modo geral não aceitavam contrariedades. Uma simples pergunta: O por que da greve, por exemplo, redundou em ofensas pessoais a quem perguntou por parte de paredistas durante aulas numa faculdade local.
Durante o movimento, professores decidiram em reunião que iriam fazer uma carreata em direção a prefeitura como forma de pressionar. Carreata é coisa de político em campanha, de político com forte poder aquisitivo.
Em 1992, os mesmos professores fizeram uma caminhada em direção a Prefeitura e lá foram recebidos com spray de pimenta e muito cacete.
Então, pergunto: será que o pai do aluno sem os privilégios, recebendo 70 reais por mês por pessoa da família, isso é 54% da população de Açailândia, compreenderia e apoiaria o professor de seu filho na reivindicação por melhores salários fazendo CARREATAS?
Isso é o que tornou o movimento do professorado antipático a população. O desrespeito com que alguns professores tem tratado alunos e pais de alunos das comunidades carentes, a forma como não quer se explicar sobre o seu movimento, (forma agressiva,)e a exposição de uma condição social muito acima da sua clientela.
É triste ver profissionais voltarem ao trabalho cabisbaixos, derrotados e sem expectativa de realmente melhorar sua renda. Porque a maioria dos professores não podem adquirir um carro, a maioria dos professores do município vivem de sacrifícios como trabalhar em três, dois em quadros efetivos do município e/ou um pelo estado e um no que chama de Dobra ou seletivado. Porém é necessário no momento do engajamento na luta, avaliar para ter a certeza de que:
a) o movimento atende realmente as nossas necessidade;
b) é de fato um movimento justo;
c) está de fato organizado;
d) quem são os líderes e quais as razões que os levaram a liderança.

Desculpem-me mas estou muito triste!

Nenhum comentário: