quarta-feira, 22 de abril de 2009

Abraçados

Também não sou o poeta de um mundo caduco,
Mas cantarei o mundo futuro.
Estou liberto da vida e percebo meus companheiros,
estão felizes e nutrem grandes esperanças.
Com eles, considero a enorme fantasia.
O presente é pequeno, nos afastemos.
Nos afastemos muito, vamos abraçados.
Sou o poeta de uma mulher, de uma história,
direi suspiros do amanhecer, a paisagem vista da janela.
Também não distribuirei entorpecentes ou cartas de um suicida,
mas fugirei para as ilhas e serei raptado por serafins.
A fantasia é minha matéria, o tempo futuro, os homens futuros,
a vida futura.


"Sei da distância que me separa de Drumond, mas não gosto de sua poesia realista, por isso tentei contrariá-lo em "De mãos dadas" usando os mesmo número de versos e até uns versos seus"

Derradeiros

Quero lhe falar do mar que se atira em meu peito
Quando pronuncio seu nome e vejo seus olhos...
São tantas as palavras em que me deito
Que já nem sei direito o que é amar!

E você que entende o que digo
Não quer ouvir de meu amor
Ou por um instante ser feliz comigo
Vive fechada em sua dor.

Não, não posso lhe dar meu dia
Nem ao menos um lapso no horizonte
Posso lhe dar um beijo e minha agonia
Com ela construir uma ponte

O sol, o mar, a brisa a nos beijar...
E eu queria apenas seu beijo
Tenho você no meu peito
Vivendo sem ter o direito de lhe fazer sonhar!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Usurpação e a Usurpadora

O Maranhão deve ser visto pela grande mídia do Sul / Sudeste como se fora uma grande fazenda, ou uma região exótica e inóspita onde se visita nas férias. O Maranhão não é a Região dos Lençóis Maranhenses, também não é a Pré Amazônia, devastadíssima por sinal. A população maranhense não é formada apenas por caboclos, índios e negros, aqui nem todos devem favores aos Sarneys, alias a maioria da população viveu e vive a margem desse favorecimento e durante quatrocentos anos mais de 25% da população sub-existiu abaixo da linha da pobreza.

O Maranhão dos Sarneys fomentou e praticou uma anti-reforma agrária, colocou milhões de hectares nas mãos de pouco mais de uma dezena de empresários a industria o comércio e a chamada grande mídia do estado está nas mãos da família Sarney e seus aliados, o trabalhador, o povo viveu entre a semi-escravidão do trabalho rural e alienação do emprego urbano onde o respeito aos direitos básicos jamais foi cumprido.

Durante pouco mais de dois anos o povo maranhense participou de um governo democrático e municipalista, os recursos destinados ao pobre de fato começaram a chegar a mesa e a casa dos pobres. A educação trouxe cidadania, combateu-se o trabalho escravo, agricultura familiar recebeu incentivos, mas pasmados vimos tudo isso sucumbir a decisão mais antipovo tomada por um tribunal e favorecida por ela a família Sarney e seus amigos retoma o poder no Maranhão. A usurpação se prevaleceu sem que nenhum veículo da grande mídia fizesse qualquer questionamento, nem a FSP, tão anti-Lula dedicou uma linha de contestação, a Globo, através de uma de suas vozes, inicialmente, fez uma pequena observação contra.

E hoje as 09 horas, o Maranhão estará novamente nos ferrões dos marimbondos de fogo.


- Viva a justiça!

- Viva o TSE!

- Viva a Ditadura do TSE!


Açailândia; 17 de abril de 2009.