quarta-feira, 6 de julho de 2011

Deus Não Existe

A elite tenta explicar seus privilégios dizendo que, desde que o mundo é mundo tudo acontece da mesma forma. Uns, poucos, têm tudo o que desejam enquanto outros, a grande maioria, nada possuem e vivem do que sobra das mesas e da vidas dos uns.
Justificam isso para explicar a criação e o seu direito, e estão certos nesse raciocínio de que desde que o homem entendeu-se ser social e em processo de civilização, de fato houve uma dicotomização da humanidade. Uns ricos e outros pobres, uns que nasceram para mandar e outros que nasceram para obedecer, uns privilegiados e os outros esfarrapados e esse contexto é político mundial.
A Europa e os Estados Unidos, os cidadãos desses povos, creem que tudo deve permanecer como está, pois eles são a origem da civilização, e portanto, devem permanecer com seus privilégios, mesmo que para isso milhões de crianças na África, na Ásia e na América Latina morram de fome e que isso pode ocorrer também em alguns países do leste europeu.
Religiosamente, justificam que assim Deus fez o mundo. E essa dicotomização é base para a vida também nas sociedades excluídas. Há humanos nos países pobres que creem que Deus lhes deu a fortuna e o poder e que isso não pode ser dividido, a fortuna e o poder, com outros semelhantes seus. Aí está a malvadez do liberalismo, do capitalismo sobre a humanidade. O uso dessa “vontade divina” como justificativa opressora. Também é aí, nessa vontade, é que se encontra toda a mentira religiosa na qual o oprimido deve se submeter a sua opressão passivamente, pois a opressão sofrida por ele, partindo de outro semelhante acontece porque deus permite, ele sofre, é vilipendiado em seus direitos básicos, por causa de seus pecados e não por que está sendo oprimido.
Deus, o deus ocidental fez o mundo e a humanidade separando-os e permitindo o usufruto das riquezas para uma minoria que deteve o poder pela fraude da democracia neo-liberal, pelo poder das armas nuclerares e químicas ou pelo poder da força da corrupção comum no mundo. E para a maioria o trabalho pesado a fome, e esses sofrem, são explorados, passam fome, moram mal, descansam pouco porque a “vontade divina maravilhosa” assim o quer. Há também os que usam a fé do oprimido para crescer, para se desoprimir e não o faz, pois quando do púlpido de sua Igreja, invés de auxiliar sua comunidade seguidora em sua libertação da opressão, cria artifícios para se tornar também opressor e usufluir dos”direitos” do pregador, isso ocorre em qualquer religião ocidental. Para isso torna- se “generoso”, numa generosidade que necessita aparecer para permanecer.
Por isso entendo que a dicotomização da humanidade pela malvadez liberal é a negação de Deus. A opressão, a miséria, e a morte são a negação de Deus. A humanidade tem negado a existência do Criador clamando por Ele nos templos.
Deus não existe na mente opressora, pois não há amor quando não há igualdade e justiça social, quando para se alimentar, se vestir e sobrar socialmente, semelhantes são forçados à miséria e suas consequências: a fome, a violência, a morte.
Deus não existe na mente do oprimido que se libertando da opressão se torna opressor, ou na mão do oprimido que num ato inconsequente destrói a vida de seu igual tentando se libertar de sua opressão. Isso não o liberta, o torna mais miserável e igual ao opressor.
O mundo evoluiu, a civilização está perto de seu ápice tecnológico, entretanto, muitos passos foram dados distanciando o homem de seu Criador e essa distância tem feito vítimas crianças e idosos do mundo. Crianças sem escola, sem pão, sem moradia, sem pais, sem vida e sem Deus. E idosos desamparados entregues a própria sorte ou a abrigos despreprados.
E Deus, assim deixa de existir.

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