terça-feira, 19 de agosto de 2008

Outra Poesia

Minha Beleza

Sei que não sou belo,
que não sou pai
que não caminho
a me levar o vento vai
e pelo tempo semeio minha ira
e crianças estão mortas em Gori
em Sarajevo
e em Açailândia!
Meus vizinhos choram de dor
e de suas feridas surgem balas perdidas
elas matam meninas
matam mães crianças
mulheres de quem seria a justiça
em Boa Vista
em Floresta Azul...

Sei que não sou belo
que não sou pai
que sou levado pelo tempo
que a morte ainda não me quer
que a velhice me engole o riso
e crianças são mortas em Beijing
no Rio de Janeiro
e em Itabuna
Meus vizinhos riem seu desamor
derrubam árvores
e pedem justiça...

Um comentário:

Unknown disse...

sua poesia saliva revolta social, é um aspecto dominante na sua literatura, o que caracteriza bem o seu estilo. mesmo com alguns aspectos subjetivos, nota-se uma ampla visão do comportamento violento da humanidade apresentada na lira.
bjos!